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Avó Cool

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Crise climática: por favor, faz alguma coisa

Líderes de todo o mundo participam, no dia 23 de setembro, na Cimeira de Ação Climática 2019, promovida pelas Nações Unidas. Há um movimento global de comunicação a decorrer até ao evento e um repto da ONU lançado a todos nós, os cidadãos.

Cinco textos por dia, todos os dias da semana, com semanas transformadas em meses, nunca chegariam para abordar num modesto blogue todas as questões arrastadas por esse monstro chamado Crise Climática. Sinto, no entanto, que é meu dever voltar ao tema regularmente, dado que as mudanças do clima são enormes, algumas extremas, e exigem-nos reação, capacidade de adaptação e solidariedade – com os outros, com o futuro e com a Natureza.

 

ACT NOW – O DESAFIO QUE NOS FAZ A ONU

Porque “as pequenas mudanças podem fazer a grande diferença”, as Nações Unidas identificaram 10 ações-chave que todos podemos implementar e cimentar nas nossas rotinas. A esse intuito responde a campanha ActNow, um apelo global à ação individual. No âmbito da iniciativa, serão apresentadas na Cimeira várias das ações reportadas por cidadãos no website do projeto.

São estas as 10 formas de ação que dão expressão ao movimento ActNow:

- Duches de cinco minutos (reduzir o tempo do banho)

- Conduzir menos (optar pela mobilidade verde e pelo uso partilhado do veículo automóvel)

- Refeições sem carne

- Produtos locais (privilegiar os produtos sustentáveis, de proximidade)

- Reciclar

- Desligar as luzes

- Desligar da tomada (gestão das fontes de alimentação energética)

- Reabastecer e reutilizar (ou seja, descartar a embalagem de uma utilização única)

- Adotar a moda ecológica

- Levar saco próprio (na ida às compras)

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A indústria da comida, segundo a ONU: “o que comemos tem influência considerável nas mudanças climáticas. A destruição e conversão das selvas tropicais em terrenos de cultivo, a par da crescente procura de carne, está a provocar um grande aumento das emissões de gases com efeito de estufa”. Por outro lado, “desperdiça-se cerca de um terço dos alimentos que se produzem”.

Sobre a moda: “a indústria têxtil é responsável por cerca de 10% das emissões mundiais de gases com efeito de estufa”, sendo que “consome mais energia do que o conjunto dos setores de aviação e marítimo”. Mais, “gera aproximadamente 20% das águas residuais ao nível mundial”, tudo para “85% da roupa acabar em lixeiras ou incinerada, apesar de a maior parte ser reutilizável”. O desafio é reciclar e reciclar (apelo à reutilização criativa) a roupa, reinventando “looks”, e optar por marcas com preocupações e soluções efetivamente sustentáveis. Para começar, comprar o necessário (ou seja, aderir à moda do mais-é-menos).

#ActNow

 

COVERING CLIMATE NOW e o jornal PÚBLICO

O conhecimento é sempre o grande instrumento de transformação e a maior arma de pressão sobre decisores locais ou mundiais. Porque para agir é preciso conhecer, importa divulgar. É esse o intuito do projeto Covering Climate Now (Cobrir a questão climática agora), uma iniciativa do jornalismo global comprometida com uma maior e melhor cobertura da “história que define o nosso tempo”. Ou seja, a intenção é “maximizar a cobertura da crise climática e do seu impacto” até à Cimeira de 23 de setembro.

Iniciado no passado dia 15, este grande projeto mundial, que tem o The Guardian entre os órgãos fundadores, conta com a participação de mais de 250 meios de comunicação social, entre jornais, revistas, agências noticiosas, televisões e instituições, académicas e outras. Em Portugal, um aplauso para o jornal Público, que se associa à iniciativa.  

Sob o tema Crise Climática, o jornal português está a publicar diariamente um dossiê (reportagens, entrevistas e análises) que importa a todos nós e que vai ao encontro de grandes perguntas: “Qual o impacto das alterações climáticas em Portugal e no mundo? O que é que já está a mudar? Que medidas estão a ser propostas pelos políticos e como se fala das alterações climáticas nas escolas?” 

 

Nota de rodapé: a Universidade de Coimbra prepara-se para deixar de servir carne de vaca nas suas cantinas. "Vivemos um tempo de emergência climática e temos de colocar travão nesta catástrofe ambiental anunciada", declarou o reitor da UC no discurso de boas-vindas aos novos estudantes da instituição (podea ler a notícia no Sapo24). A medida pode parecer drástica, mas o mundo está num ponto de viragem, por sinal bem drástico. 

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